Fundamentação teórica
Atualizado
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A globalização e a modernização estão criando um mundo cada vez mais diverso e interconectado. Para compreender e funcionar bem neste mundo, os indivíduos precisam, por exemplo, dominar as tecnologias em constante mudança e entender as enormes quantidades de informações disponíveis. Eles também enfrentam desafios coletivos como sociedades, tais como o equilíbrio entre o crescimento econômico e a sustentabilidade ambiental.
A OCDE lançou em 2005 o projeto DeSeCo, com o objetivo de classificar as competências que as próximas gerações deveriam desenvolver para estarem preparadas e enfrentarem os desafios e a complexidade de um mundo globalizado. Entre elas, destaca-se "interagir em grupos heterogêneos", o que torna crucial a capacidade de se relacionar bem com os outros, cooperar, trabalhar em equipe e resolver conflitos. Estamos falando de Competências Socioemocionais.
Na atualidade, a implementação a nível europeu de planos de formação baseados em competências, levanta a necessidade de desenhar programas que favoreçam a aprendizagem dessas competências entendidas como o resultado da prática do conhecimento, das atitudes e de algumas características de personalidade (Pereda e Berrocal, 2001), ao mesmo tempo que implicam cinco níveis de funcionamento humano (Repetto, 2006): saber, saber fazer, saber estar, querer fazer e ser capaz de fazer.
Diversas pesquisas mostram que alunos com maior sucesso acadêmico possuem melhores níveis de competências socioemocionais. Além disso, há uma ligação entre certos estados depressivos e de baixa adaptação social com um desempenho acadêmico deficiente.
Também existem estudos que demonstram que a aplicação de programas para o desenvolvimento da inteligência emocional nas escolas aumenta não só o processo de aprendizagem e sucesso acadêmico, mas também favorece a integração social dos alunos, atuando de forma preventiva contra fatores de risco, como o absentismo, abandono, violência e futuro desemprego.
A função da escola é a formação global e o desenvolvimento das dimensões relevantes do conhecimento, por isso deve incorporar no planejamento de objetivos o desenvolvimento de competências sociais e emocionais, introduzindo metodologias colaborativas para a consecução dos objetivos curriculares relacionados com as relações interpessoais ou a inserção social.
A escola pode se tornar um ambiente fundamental na aprendizagem emocional do aluno, devido à quantidade de horas e anos que o aluno passa escolarizado e pela significância que as experiências escolares e o professor podem ter na vida do aluno.
Em definitiva, é imprescindível ensinar valores e estratégias que permitam aumentar a capacidade de trabalhar com outros de forma interdependente e com fins positivos. Para isso, é necessário desenvolver as competências socioemocionais na sala de aula e conhecer como nossos alunos se relacionam nela. Para esse fim, desenhamos um teste autoavaliativo direcionado a alunos, para avaliar algumas das competências emocionais de interesse para a prática educativa do docente, junto com técnicas sociométricas, cujos resultados nos ofereçam uma visão global, através de diagramas, das habilidades sociais e emocionais presentes na sala de aula.
Com o teste “Socio-emociograma”, propomos os seguintes objetivos:
A prova Socio-emociograma é composta por várias partes:
Prova situacional: É apresentada uma representação com diálogos e são feitas 5 perguntas sobre a situação representada.
Questionário de autoavaliação: Contém cerca de 36-40 itens, dependendo se é direcionado para o Ensino Fundamental ou Médio.
Sociograma: Para conhecer as influências e rejeições, individuais e grupais, com 6 perguntas.
Integração e coesão grupal: O aluno deve classificar os colegas em categorias específicas, arrastando com o mouse, para avaliar a integração dos alunos e a coesão do grupo.
Escala de sinceridade: Uma pequena escala com 8 perguntas para verificar a veracidade das respostas ou a impulsividade dos alunos.
A prova é direcionada a alunos do 4º ano do Ensino Fundamental ao Ensino Médio. A prova possui uma versão aplicável ao Ensino Fundamental e outra para o Ensino Médio.
Também é possível aplicar a parte da prova que avalia as interações sociais em alunos do 2º e 3º ano do Ensino Fundamental.
Esta prova pode ser aplicada em todos os grupos e quantas vezes o professor considerar necessário.
As competências emocionais contempladas na prova são:
Empatia
Assertividade
Regulação Interpessoal
Trabalho em Equipe
Resolução de Conflitos
As interações sociais da sala de aula que a prova analisa são:
Influência dos alunos no grupo
Rejeição a algum aluno
Integração grupal dos alunos
Coesão grupal
A prova oferece resultados gráficos que permitem conhecer como os alunos se situam nas competências descritas, possibilitando tomar decisões pertinentes tanto em agrupamentos, trabalho em equipe, quanto em intervenções específicas para a inclusão de algum aluno.
O marco conceitual do projeto DeSeCo (2005) para competências chave classifica três amplas categorias que formam a base das Competências Chave estabelecidas pela OCDE nos diferentes sistemas educativos. Estas categorias são:
Seguindo o enfoque proposto pelas investigações realizadas pelos projetos Partnership21 ou ATC21s da Universidade de Melbourne, a colaboração e a comunicação serão habilidades centrais para o desenvolvimento escolar que estarão sujeitas a avaliações internacionais.
O PISA 2015 propõe uma nova avaliação das habilidades dos alunos, que está relacionada com estas competências sociais. Avaliará a habilidade dos alunos para resolver problemas de maneira colaborativa ("Collaborative Problem Solving"), considerando-a essencial para o desenvolvimento das futuras gerações e, portanto, para o trabalho escolar.
Parece haver base científica suficiente para avalizar as implicações que os aprendizados socioemocionais têm para o sucesso acadêmico, assim como para o "Sucesso na Vida" (Zins et al., 2004). De fato, cabe indicar que as pontuações obtidas em alguns instrumentos que medem competências socioemocionais predizem significativamente a média de notas dos alunos universitários (Repetto, 2009:16), sem esquecer outros fatores como a relação professor-aluno.
O catedrático Javier Tourón, especialista no desenvolvimento do talento, propõe as seguintes características na educação atual, incluindo o desenvolvimento das competências sociais e emocionais.
Para entender melhor a definição e o comportamento que envolve a competência socioemocional, escolhemos as palavras do psicólogo Miguel Costa Cabanillas, da UAM, especialista em Saúde Pública: "É um comportamento social-interpessoal que resulta eficaz para obter resultados positivos do entorno social de maneira pacífica e respeitosa com os direitos e opções das outras pessoas ao redor. Diz-se que uma pessoa é competente social e emocionalmente quando mostra um trato fácil com os outros, sabe fazer amigos, enfrenta sem especial dificuldade as relações e conflitos que surgem, conversa com fluidez e sem tropeços, expressa seus pontos de vista e desacordos sem que os outros se sintam atacados, sabe dizer 'não' e rejeita ofertas dos amigos que lhe parecem perigosas sem que estes se sintam feridos ou desprezados, sabe chegar a acordos, tolera bem o desacordo e se atreve a manter opções diferentes das dos amigos, valoriza-se positivamente e é respeitosa com as opções diferentes das suas."
As emoções, por serem subjetivas, são difíceis de estudar e medir. Tendem a ser estudadas de um ponto de vista qualitativo mais do que quantitativo (observação comportamental, expressões, gestos, respostas verbais...), embora cada vez mais sejam utilizados os autorrelatos, graças também às novas tecnologias.
Nas avaliações psicopedagógicas, os temas emocionais devem começar a ser considerados, pois muitas vezes são mais preditivos para encontrar a etiologia dos problemas escolares do que os aspectos puramente intelectuais (Gallego e Gallego, 2004).
Os termos "competência social", "assertividade", "habilidade social", "solução de problemas sociais" e mais recentemente, "inteligência emocional", têm sido utilizados indistintamente para significar esse componente central dos comportamentos sociais: ser ou resultar eficazes nos ambientes sociais e emocionais.
Goleman (1999), influenciado pelas inteligências múltiplas de Gardner, deixa de lado as diferentes habilidades que o ser humano pode desenvolver e aponta, no âmbito da competência emocional, duas competências específicas: a pessoal e a social, que correspondem à inteligência intrapessoal e à interpessoal.
Para entender melhor esses conceitos, apresentamos a seguir o diagrama do modelo teórico de competências socioemocionais I+D SEJ2004 07648 (E. Repetto, 2004), no qual nos baseamos para a elaboração da prova. Em particular, focamos nos aspectos interpessoais à direita, marcados no círculo vermelho.
A inteligência interpessoal é uma habilidade fortemente relacionada à inteligência emocional, pois envolve destrezas para compreender os outros, motivá-los e cooperar com eles. Ela se constrói a partir de uma capacidade empática e capacita o ser humano a entender as intenções, emoções e desejos dos demais, mesmo quando estes não os verbalizam explicitamente.
Gardner (1998), que introduziu o conceito inovador de inteligências múltiplas, afirma que "os bons resultados na execução de uma tarefa podem depender de uma equipe de indivíduos". Goleman (1999:279) complementa, após analisar dados científicos, afirmando que "a mente grupal pode ser muito mais inteligente do que a mente individualizada".
Para confeccionar as escalas pertinentes das competências socioemocionais centradas nas habilidades interpessoais, descritas anteriormente, revisamos diversos instrumentos de avaliação de grande prestígio:
MSCIT - Teste de Inteligência Emocional de Mayer-Salovey-Caruso: Um teste desenhado para avaliar a inteligência emocional entendida como uma capacidade. Uma prova de habilidade cujas respostas representam aptidões reais para resolver problemas emocionais. As quatro áreas principais da inteligência emocional, segundo o modelo de Mayer e Salovey, são: 1) Percepção emocional, 2) Facilitação emocional, 3) Compreensão emocional e 4) Manejo emocional. Aplica-se a pessoas maiores de 17 anos.
TMMS-24, baseada na Trait Meta-Mood Scale (TMMS) do grupo de pesquisa de Salovey e Mayer: A escala original avalia o metaconhecimento dos estados emocionais através de 48 itens de escala Likert, especificamente as habilidades para ser consciente das próprias emoções e regulá-las. Contém três dimensões-chave da IE com 8 itens cada: 1) Atenção emocional, 2) Clareza de sentimentos e 3) Reparação emocional.
Teste PEYDE, elaborado por Gallego Gil e Gallego Alarcón: Esta prova analisa a prática educativa e desenvolvimento emocional do docente. O instrumento consiste em 50 proposições de resposta Likert, distribuídas em cinco escalas: 1) Consciência emocional, 2) Controle emocional, 3) Empatia, 4) Capacidade de relação e 5) Capacidade de resolução de problemas.
Inventário de Competências Socioemocionais (ICOSE, 2005): Composto por 57 itens de escala Likert, distribuídos nas seguintes categorias: 1) Autoconsciência emocional, 2) Motivação, 3) Empatia e 4) Competências sociais.
Inventário de Assertividade de Grambill e Ritchey (GRAI): Com 40 itens para avaliar tanto o grau de ansiedade quanto a probabilidade de resposta, analisando a assertividade.
Escala de Competências Socioemocionais (ECSE) 2007 (Repetto): Analisa o nível de desenvolvimento das competências socioemocionais básicas de maneira diferenciada. O instrumento possui 38 itens respondidos em uma escala Likert de 5 pontos, avaliando as seguintes dimensões: 1) Autoconsciência emocional, 2) Autorregulação emocional, 3) Regulação emocional interpessoal, 4) Empatia, 5) Motivação, 6) Trabalho em equipe e 7) Resolução de conflitos.
Além disso, para focar no grupo e avaliar as relações e interações sociais que ocorrem na sala de aula, incorporamos técnicas sociométricas à escala. Isso nos permite obter uma visão global dos laços de influência e preferência existentes no grupo, bem como os índices de integração.
A análise da interação social na sala de aula nos permite:
Detectar problemas de inadaptabilidade social.
Determinar estratégias metodológicas para trabalho em equipe e aprendizagem cooperativa.
Os resultados sociométricos podem ajudar o docente nos seguintes aspectos, segundo Gil Pascual (2011):
Detectar alunos influentes no grupo.
Detectar alunos rejeitados.
Descobrir grupos antagônicos.
Utilizar os alunos de maior influência para orientar positivamente o grupo.
O resultado nos oferece:
Sociograma: Permite observar graficamente os laços de influência, preferência e rejeição entre os alunos, bem como subgrupos ou líderes.
Escala de Distância Social: Permite observar graficamente a integração ou desintegração dos alunos no grupo. Um aluno está integrado quando mantém uma rede de inter-relações com outros membros do grupo, que geram uma sensação de interdependência positiva. Por fim, também permite conhecer o grau de coesão grupal.
Como vimos, o teste consiste na análise das competências emocionais interpessoais e do grau de interação grupal.
A seguir, descrevemos a definição de cada uma das subescalas avaliadas no teste:
As competências socioemocionais são definidas como o conjunto de conhecimentos, capacidades, habilidades e atitudes necessárias para compreender, gerir e expressar adequadamente os estados emocionais e comportamentos sociais numa determinada situação.
O Socioemociograma limita-se a recolher dados sobre as competências interpessoais que afetam diretamente o grupo de alunos, com vista à melhoria da sua interação, partilha de informação e aprendizagem.
Empatia: É a consciência dos sentimentos, necessidades e preocupações dos outros, incluindo a compreensão das situações físicas e psicológicas pelas quais passa outra pessoa sem que estas sejam verbalizadas. Capacidade de responder adequadamente aos outros através da compreensão profunda do seu mundo emocional e cognitivo, mantendo a distinção entre o eu próprio e o eu dos outros. (Repetto, 2007). "A capacidade de reconhecer, compreender e conectar-se com as emoções dos outros permite-nos entender o ponto de vista dos outros e a emoção a partir da qual vivem um acontecimento." (Esther García Navarro 2011)
Assertividade: O conceito foi proposto inicialmente por Wolpe (1958) e posteriormente por Alberti e Emmons (1970), que o definem como o comportamento que promove a igualdade nas relações humanas, permitindo-nos agir em defesa dos nossos interesses, expressar os nossos sentimentos sinceramente e de forma agradável, e praticar os nossos direitos pessoais respeitando os direitos dos outros, sem ansiedade injustificada.
Regulação emocional interpessoal: Habilidade para gerir de forma apropriada as emoções das pessoas que nos rodeiam (Salovey, 2005). É reconhecido que tentamos influenciar o estado emocional das pessoas à nossa volta, seja para que se sintam melhor (em caso de perda ou desgosto) ou para que se sintam pior (fazendo-as sentir-se culpadas, por exemplo) (Rimé, 2012). Em suma, consiste em não ceder aos primeiros impulsos emocionais, conscientes das consequências pessoais e sociais que resultariam desse comportamento.
Trabalho em equipa: Implica aproveitar o talento coletivo gerado pela interação de cada pessoa com os outros. O desenvolvimento do trabalho em equipa é um processo contínuo, cuja eficácia depende da medida em que o grupo contribui também para o desenvolvimento pessoal dos seus membros.
Resolução de Conflitos: O conflito é inerente à natureza humana e ocorre em todos os contextos de desenvolvimento. Saber reconduzir e analisar as causas de um conflito quando ele surge representa um momento de desenvolvimento pessoal. No entanto, como respondemos quando o conflito surge? Esta subescala refere-se à passagem de um estado emocional doloroso, causado por desejos ou interesses opostos e contraditórios, para um estado de bem-estar e tranquilidade por parte de todos os envolvidos na situação conflituosa (Repetto, 2007).
O que habitualmente reconhecemos como ensino e aprendizagem na escola ocorre através das interações entre professores e alunos. Estas interações desenvolvem-se em padrões de interação altamente organizados, resultantes dos interesses e histórias pessoais dos participantes e das restrições locais que se manifestam nesses encontros face a face.
O grupo exerce influência sobre os seus membros e estes sobre o grupo. Os grupos, quando formam uma identidade (como a turma do 5º B), estruturam-se com normas implícitas ou explícitas. Portanto, compreender o funcionamento da interação na sala de aula e poder estabelecer considerações sobre as implicações educativas que esta tem são objetivos relevantes por si só.
Com este teste, pretendemos conhecer o nível de:
Influência Grupal: Um membro ou uma minoria do grupo pode exercer uma grande influência sobre o grupo. Por vezes, essa influência pode ser criativa e construtiva, enquanto noutras pode ser motivada pelo medo, submissão, etc. Nos resultados do teste, poderemos observar quem ou quais exercem influência sobre o grupo, sem determinar a sua origem.
Rejeição Grupal: Um membro rejeitado pelo grupo sofre as consequências dessa rejeição, o que pode afetar a sua autoestima, confiança e motivação para aprender em grupo e obter um bom desempenho académico. Podemos observar os alunos que são diretamente rejeitados por outros.
Integração Grupal: Diz-se que um aluno está "integrado" na sala de aula quando mantém uma rede de interações com os outros e sente uma dependência em relação ao grupo.
Coesão do Grupo: O conceito de coesão descreve os processos que contribuem para manter os membros de um grupo unidos. Ou seja, existe coesão quando o sistema de interações entre os seus membros mantém esses membros satisfatoriamente ligados ao grupo.
Os resultados são apresentados de forma gráfica, por um lado o que corresponde à área emocional e, por outro, à área de interações e integração grupal:
Cada ponto no eixo X corresponde a uma escala (Empatia, Assertividade, Regulação Emocional, Resolução de Conflitos, Trabalho em Equipa).
O tamanho da bolha indica quantos alunos têm competências altas, baixas ou médias nessa escala, dependendo se estão mais acima ou abaixo da média.
Como interpretar o EMOCIOGRAMA anteriormente mencionado?
A empatia nesta turma é bastante baixa. Nenhuma das bolhas azuis ultrapassa a média da pontuação emocional, indicando a necessidade de trabalhar a empatia nos alunos para melhorar o trabalho em equipa.
A assertividade neste grupo de alunos também é bastante baixa, até mais do que a empatia. Portanto, a assertividade é outra área que o professor deve abordar com estes alunos.
A regulação emocional deste grupo de alunos é bastante mais aceitável do que nas duas áreas anteriores. Temos um grupo grande de alunos que precisa de melhorar esta habilidade, mas também um grupo menor com uma regulação emocional mais desenvolvida, sugerindo a formação de grupos heterogéneos para promover interações entre alunos com diferentes níveis de habilidade.
Temos um grupo de tamanho médio que não desenvolveu as competências de resolução de conflitos. Esta competência está intimamente relacionada com a comunicação e a linguagem, exigindo um trabalho de negociação, discussão e debate, especialmente considerando agrupamentos de alunos com habilidades variadas.
No sociograma proposto, cada aluno da turma é representado por um círculo colorido com o seu nome. Ao passar o rato sobre cada círculo, todas as relações são eliminadas, deixando apenas as do aluno selecionado, proporcionando informações sobre as influências na turma, o líder ou os alunos rejeitados.
Como interpretar:
Ao passar o rato sobre cada cor (que corresponde a um aluno), será visível claramente quem escolhe e quem é rejeitado, permitindo ao professor observar os seguintes fenómenos ou tipologias sociais de forma grupal:
O líder: Recebe muitas escolhas e poucos rejeições.
A eminência cinzenta: Pessoa praticamente isolada, que possui principalmente uma relação mútua com o líder.
O isolado: Não recebe escolhas nem escolhe ninguém.
O marginalizado: Escolhe outros, mas não é escolhido por ninguém.
O rejeitado parcialmente: Recebe menos aceitações do que rejeições.
O rejeitado total: Recebe apenas rejeições.
No meio-termo: Pessoa que recebe aceitações e rejeições de forma equilibrada.
Polémico: Recebe muitas aceitações e muitas rejeições.
Também é possível observar:
Relação diádica: Quando dois alunos se escolhem mutuamente.
Triângulo: Quando três alunos se escolhem mutuamente. Geralmente formam um subgrupo unido com influência na dinâmica do grupo, especialmente se um deles serve de ponte com os demais e é escolhido por outros alunos da turma.
Cadeia: Quando um aluno escolhe outro, que escolhe outro, e assim por diante. A influência surge quando um desses alunos está próximo do líder.
Estrela: Recebe muitas escolhas. Serve como eixo do grupo. A sua colaboração com o professor pode determinar se o grupo o aceita ou não.
Segundo Gil Pascual, a integração pode ser definida como a relação específica entre o indivíduo e o grupo. Para avaliar o nível de integração grupal dos nossos alunos, é apresentado o seguinte gráfico com a pontuação de integração de cada aluno.
Como interpretar:
Alguns alunos parecem não estar integrados no grupo. É importante que o professor intervenha para proporcionar uma educação inclusiva para esses alunos. A falta de integração pode levar a um desempenho académico inferior e eventual absentismo.
Outros alunos têm uma excelente integração no grupo. Por isso, é crucial rever tanto o sociograma quanto o emociograma para compreender as emoções predominantes no grupo e implementar as intervenções metodológicas adequadas para garantir o bom aprendizado dos alunos. O orientador da escola pode oferecer orientações específicas ao professor, se necessário.
O índice de coesão do exemplo anterior é 25,8. Resultado obtido pela fórmula:
Assim, situamos o Índice de Coesão dentro da escala de integração anteriormente estabelecida por grupo, onde, como visto no título anterior, o máximo é 4*(n-1) e o mínimo é 0.
No nosso país, estão sendo desenvolvidos alguns programas de formação nessas competências. Portanto, é mais apropriado formar primeiro as competências emocionais dos próprios professores e depois trabalhá-las na sala de aula. Podemos oferecer programas com especialistas em inteligência emocional em estabelecimentos educativos se forem identificados índices baixos nos grupos de alunos. Esses programas são altamente eficazes.
A Fundação Marcelino Botín (Clouder - dir.-, 2008) publicou um relatório que analisa o estado da pesquisa sobre programas de educação emocional e social; especificamente, dentro da União Europeia, inclui o trabalho realizado no Reino Unido, Suécia, Países Baixos, Espanha e Alemanha. As comparações entre a eficácia dos programas implementados na Europa e nos Estados Unidos concluem que "as dimensões globais dos efeitos dos dois grupos de estudo são semelhantes, pelo menos no que diz respeito à medida dos resultados em que foi possível a comparação estatística, ou seja, a melhoria das habilidades sociais e emocionais é muito relevante" (Diekstra et al., 2008, p. 315).
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