🔵Modelo das habilidades de aprendizagem

Na psicologia cognitiva, existem duas correntes diferenciadas na conceptualização da inteligência:

• A corrente do Fator Geral, liderada por autores como Alfred Binet, considera que é possível obter um Quociente Intelectual (QI), a partir de provas como a WISC (Wechsler), Teste de Matrizes Progressivas de Raven, Terman-Merrill e outras. Entende-se a inteligência como um recurso geral para compreender e resolver problemas, mensurável através de um valor unitário e estável ao longo de toda a vida. Esta abordagem determinista não deixa espaço para a estimulação, nem para metodologias que permitam uma utilização ótima dos recursos intelectuais. Utiliza os diagnósticos, fruto das suas avaliações, como prognóstico do funcionamento intelectual futuro.

• A corrente dos Fatores Específicos da Inteligência, pelo contrário, parte do princípio de que esta capacidade é versátil, flexível e sujeita a desenvolvimento, e, portanto, estimulável. Liderada por autores como Thurstone, Cattell e Guilford, que lançaram as bases desta abordagem, explicando um modelo de habilidades intelectuais. Nesta linha, continuaram a trabalhar H. Gardner, R. Feuerstein e R. Sternberg, entre outros, desenvolvendo teorias e métodos que estão a marcar os caminhos da psicologia educativa atual. É esta a linha de trabalho na qual se enquadra a Habilmind.

A psicometria foi frequentemente contaminada profissionalmente. Considerámos que a inteligência só podia ser avaliada no seu “quantum” e, por isso, caímos numa postura estática; esquecemo-nos dos processos responsáveis por uma execução intelectual, que oferecem possibilidades de melhoria e desenvolvimento.

A psicometria foi frequentemente contaminada profissionalmente. Considerámos que a inteligência só podia ser avaliada no seu “quantum” e, por isso, caímos numa postura estática; esquecemo-nos dos processos responsáveis por uma execução intelectual, que oferecem possibilidades de melhoria e desenvolvimento.

A Habilmind foi criada como desfecho da trajetória profissional do nosso diretor pedagógico, Isauro Blanco. Isauro Blanco teve a oportunidade de acompanhar de perto o trabalho realizado pelos discípulos de Guilford, Mary e Rober Meeker. E, movido pela paixão de melhorar a educação, levou a cabo uma investigação contínua a nível mundial sobre o desenvolvimento das habilidades intelectuais que condicionam a aprendizagem e a produtividade.

Fruto destas investigações, Isauro Blanco conseguiu aplicar o modelo teórico de Guilford, denominado "Modelo de estrutura da Inteligência", aos contextos educativos, gerando ferramentas de medição e de estimulação das habilidades de aprendizagem que constituem o intelecto humano.

As habilidades de aprendizagem são as destrezas de que uma pessoa dispõe para aprender, ou seja, a forma como capta a informação que vê, lê e ouve; o que faz para processar essa informação; como a guarda na memória; e como a utiliza para raciocinar e resolver problemas.

A Habilmind integrou todo este conhecimento e anos de investigação nas novas tecnologias, gerando uma ferramenta de fácil utilização e grande utilidade para alcançar o seu objetivo principal: a melhoria da educação.

As provas de Habilidades não medem o QI, mas orientam-se para a deteção das habilidades intelectuais, como um processo modificável, como o desenvolvimento dos talentos inatos de cada pessoa. Estamos a falar de uma metodologia para educar a inteligência, partindo de uma análise - uma radiografia - para estabelecer um ponto de partida gradual e sistemático.

Os gráficos que nos são fornecidos pelas provas são elementos que exigem interpretação obrigatória por parte dos educadores, para orientar adequadamente as ações pertinentes a cada pessoa. Trata-se de um trabalho de investigação, para deduzir as intervenções educativas que podem transformar o fracasso em sucesso numa pessoa. Por essa razão, as provas são incompletas, por si mesmas, sem estas interpretações, que devem ser feitas caso a caso.

Os resultados não podem ser bons nem maus; a polaridade advém de uma interpretação emocional e preconceituosa. Já é tempo de aprendermos a ver a psicometria como um ponto de partida e não como um final estático. A educação é um caminho, um processo contínuo de crescimento e desenvolvimento. Temos de aceitar o que Reuven Feuerstein afirma: “Qualquer prova mede aquilo que uma pessoa conseguiu alcançar com uma determinada estimulação recebida, mas não mede o que pode alcançar com outra estimulação.”

Durante os últimos anos, e com a colaboração de outras universidades, como a Faculdade de Pedagogia da UCM (Universidade Complutense de Madrid) e a UNED (Universidade Nacional de Educação à Distância), temos vindo a ampliar a nossa bateria de provas, o que nos permitiu integrar os três pilares da aprendizagem: aluno, família e escola.

O projeto Habilmind está em constante evolução, implementando novas ferramentas que nos permitem antecipar as necessidades do mundo educativo e dar resposta a uma inovação educativa eficaz, no caminho rumo à qualidade do ensino.

A educação é a porta da esperança: “Os diagnósticos indicam o caminho; as metodologias traçam o mapa; os educadores são os guias na aventura chamada vida.”